terça-feira, 13 de abril de 2010

Etapa 4 - c) Avaliação do texto "A resiliência do Estado Nacional frente à globalização"

O texto de Ricupero (2008) trabalha a forma como o Estado reage diante da globalização. Sem desconsiderar outros autores que apontam o enfraquecimento do Estado em razão do processo de globalização. Ele afirma que os Estados possuem a capacidade de reagir às pressões da globalização e tem se mostrado cada vez mais fortes.

Ricupero explica o surgimento dos países e a proliferação dos Estados que se mantém até hoje. Levam-se também em consideração, alguns fatores agravantes para o surgimento dos Estados, como: crises internacionais, Unificação da Alemanha e da Itália, expansão do imperialismo europeu, dentre vários outros fatores. Mas o que se deve analisar é que, mediante a tantos obstáculos, os países ainda sonham com o desejo de criar novos Estados.


E mesmo com toda essa capacidade que os Estados têm demonstrado, Ricupero não exclui a idéia de que eles são submetidos a tensões e obstáculos, oriundas do avanço da globalização, como a ampliação das tensões causadas por atores não-estatais (2008, p. 134). Para ele, o Estado Nacional tem a característica de persistir, por mais falido que seja, com o exemplo da Somália que não tem governo central há mais de uma década e é partilhada por senhores feudais. Mesmo assim carrega aparência e até realidade de Estado Nacional.

A globalização expressa uma crescente interdependência das economias nacionais e a emergência de um sistema transnacional (financeiro, produtivo e comunicativo) que é dominante, e cujo fortalecimento coincide com o enfraquecimento da soberania dos Estados-nação, criação de ordens internacionais como a OMC e ONU.


Se percebermos a "globalização" como um conjunto de políticas que traduzem a iniciativa de uma potência dominante, os EUA, que se propõe exercer um papel hegemônico em relação a seus parceiros e competidores, não há como evitar a conclusão de que o avanço da globalização vem implicando em uma perda relativa de autonomia da maioria dos Estados nacionais. Verificou-se que os condicionantes da perda de autonomia do Estado Nacional referem-se a globalização dos mercados financeiros e a formação de espaços globais de produção e o avanço do comércio mundial, o que poderia ser resumido como a financeirização da economia.

Apesar de tudo, o autor comenta que depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 a preocupação dos Estados passou a ser a própria segurança. Ricupero considera que esses acontecimentos contribuíram para que a globalização não pudesse mais encontrar as condições para se manifestar com força.

Em relação ao argumento de que a criação de organizações internacionais como a OMC poderia contribuir para que o processo de globalização se aprofundasse e o Estado perdesse força, Hirst e Thompson (2002, p. 294) apontam que regimes de regulação, agências internacionais, chega a existir porque os principais Estados-nação concordam em criá-los. Além disso, Thompson e Hirst (2002, p. 295) argumentam que a importância fundamental que os Estados possuem se deve ao fato de serem os principais profissionais do governo como processo de distribuição de poder, ordenando outros governos, dando-lhes forma e legitimidade.

Ficando claro que os dois autores compartilham a visão de Ricupero de que o Estado tem encontrado formas de se fortalecer frente aos possíveis efeitos que o processo de globalização possa apresentar aos mesmos.

O texto de Ricupero apresenta, de um modo geral, uma visão de que os Estados Nacionais têm enfrentado obstáculos ao seu papel de principal ator das Relações Internacionais, mas que não quer dizer que seu papel tenha se enfraquecido. Pois os Estados têm mostrado cada vez mais sua força e novas formas de enfrentar esses obstáculos.



HIRST, Paul; THOMPSON, Grahame. Globalização em Questão: A economia internacional e as possibilidades de governabilidade. VOZES, Petrópolis, RJ, 2002.

RICUPERO, Rubens. A resilência do Estado Nacional diante da globalização. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n62/a09v2262.pdf. Acesso em: 09 abr. 2010.

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