domingo, 4 de abril de 2010

Etapa 2 - c), d) e) - Principais Argumentos apresentados por FHC, Revista Veja e Otávio Ianni

Com a leitura da conferência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o  texto “A roda global” da Revista Veja, e da entrevista com o sociólogo e professor Ótavio Ianni, todos da década de 90, elaboramos este post com os principais argumentos apresentados por esses três autores e sua relação com as diferentes perspectivas teóricas para a globalização.

Na conferência do Ex Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso em Joanesburgo, África do Sul, ficou clara as intensões do Brasil, quando diz que neste universo de comunicações instantâneas, e altamente seletivas, não haverá outra alternativa para os dois países que não seja a de, construir com paciência os canais de compreensão mútua. O marco da globalização é uma moldura estreita para dar conta das situações sociais de cada país, para explicar modos de inserção no capitalismo contemporâneo. Sem um conhecimento dos limites de globalização e da relevância da especificidade das histórias nacionais, qualquer análise fica imperfeita, prejudicada. Nesse sentido, cabe uma palavra sobre o papel do Estado. A globalização não fornece elementos suficientes para situar o Estado no desenvolvimento de cada sociedade. Em geral, tende a diminuí-lo, a vê-lo, no limite, como simplesmente cumprindo funções de gestor das finanças públicas, no plano doméstico, e de negociador de tarifas sempre mais baixas, no plano internacional.

De certo modo, o Estado deve, em vez de enfraquecer-se, antes fortalecer-se para que seja instrumental na promoção do desenvolvimento. Além das funções clássicas, como segurança, saúde e educação, o Estado tem de atender, no marco da democracia, a demandas crescentes, por mais eqüidade, por mais justiça, por um meio ambiente saudável, pelo respeito aos direitos humanos. Para FHC, um Estado coeso e organizado, portanto forte, terá melhores condições de atender às necessidades oriundas da própria globalização. Ele completa dizendo: " O Estado deve refinar-se, tomar-se mais agudo e mais aberto, porque o espectro de temas com que lida é mais complexo e difícil. Estamos longe da morte do Estado, como alguns profetizaram. Mas, precisamos de um Estado diferente do que, até hoje, existiu".

Para FHC, seria um erro grosseiro enxergar a globalização como resultante exclusiva das forças de mercado. Porque os governos têm como influenciar a direção destes processos. Não podem renunciar a este papel em nome de uma falsa ideologia do mercado.

No texto apresentado pela revista Veja, notamos uma visão ultraglobalista ao analisar os impactos da globalização. De acordo com a matéria, o mundo passou por mudanças significativas, principalmente na àrea econômica, conforme afirma o seguinte trecho: "Globalização e um processo de aceleração capitalista, num ritmo jamais visto, em que o produtor vai comprar matéria-prima em qualquer lugar do mundo onde ela seja melhor e mais barata (REVISTA VEJA, 1996)."  Desta forma ocorre então, o que o autor denomina de “Entrelaçamento Econômico”. Outra característica é o aumento da velocidade das transações financeiras. Também não poderia ser diferente, com toda a facilidade hoje de ir para qualquer parte do mundo, só poderia trazer maiores transações comerciais.

O trecho a seguir, confirma bem essa facilidade: "Com a globalização, a vantagem de localização que um país tinha na produção de algum bem passa a ser ameaçada pela competição internacional. Se o brasileiro não tem preço competitivo, perde mercado para uma empresa da Índia. Mas, ao mesmo tempo que traz riscos, a globalização cria oportunidades. A única barreira que fica entre países e empresas é a da competência." Realmente, a única barreira que resta aos países é a força de capacidade que cada um possui diante do mundo. O autor completa dizendo que o conceito de globalização se presta a disputas e torcidas, sempre!

Apesar de toda essa conectividade global, o autor aponta alguns pntos negativos da globalização. Ele afirma que o Estado está ficando cada vez mais sem recursos, enquanto que as grandes corporações possuem recursos de sobra, e com isso, quem faz as grandes decisões econômicas são as corporações, e não os Estados. O autor ainda explica que na década de 70 as empresas dependiam dos governos, e hoje em dia ocorre o contrário, são os governos que dependem das empresas, pois através delas conseguem atrair para o Estado muitas riquezas, empregos, desenvolvimento tecnológico, novos aspectos culturais, sociais etc.

Outro aspecto negativo da globalização apontado, é o desemprego em escala global, que o autor chama de “desemprego estrutural”, pois com o avanço da tecnologia muitos serviços de mão-de-obra foram substituídos por máquinas, o que acarretou no desemprego. O desemprego também está presente no fato do Estado buscar mão-de-obra e matéria-prima em outras regiões que sejam mais baratas, e assim gerar desemprego em seu Estado local. Posso buscar mão-de-obra na China e produzir muito mais por muito menos.

Por fim, a matéria com o sociólogo e professor Otávio Ianni identificamos uma tendência transformacionalista com forte influência ultraglobalista, pois ele afirma que “a globalização é um fato indiscutivel, com complicações não só econômicas, financeiras e tecnológicas, mas também políticas, sociais e culturais" e, ao mesmo tempo define as empresas transnacionais como extremamente poderosas a ponto de influenciar, os governos de diversos países.

Ianni concorda que o crescente desemprego no mundo deve-se às inovações tecnológicas, eletrônicas e robóticas do mundo global, mas o trabalho não está em declinio, o que ocorre é uma “potencialização da atividade produtiva". E para ele, é fundamental que os jovens compreendam quais são suas perspectivas no espaço do mercado, no espaço da profissionalização, para que assumam como cidadãos algum tipo de papel no debate sobre os problemas da sociedade. Para que entendam que o mundo está em constante mudança, é de maior importância estar conectados e atentos a estas alterações.

Ele completa dizendo que o capitalismo está em nível muito alto. E ele tem razão, porque o capitalismo vem realmente de muitos antes, desde as antigas expedições, do descobrimento das américas por exemplo.












 

Um comentário:

  1. Os jovens são o cidadão do mundo! Precisamos saber em quem votamos, quem está no poder, para que possamos entender nosso país!!!

    ResponderExcluir

Sintam-se livres para postar suas críticas, comentários, sugestões e elogios às nossas notícias, textos, ao nosso grupo etc..