domingo, 4 de abril de 2010

Etapa 3 - a) Histórico do Processo de Globalização e o Desenvolvimento do Sistema Capitalista: Trabalho e Mundialização do capital - A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização

Para falar sobre o histórico do processo de globalização e o desenvolvimento do sistema capitalista, consideramos o texto do Sociólogo, doutor em ciências sociais (UNICAMP), professor de Sociologia na UNESP/Marília, Giovanni Alves: "Trabalho e Mundialização do capital - A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização".

O texto inicia com a seguinte afirmação: "capital é uma categoria complexa, com múltiplas expressões. Podemos dizer que ele é o valor em movimento, cujo processo de valorização, em seu andamento frenético e desesperado, cria (e recria) a sociabilidade moderna". A partir desse pensamento podemos considerar que o capital é uma forma social, ou melhor, é produção da riqueza social, que surge como mercadoria, a forma dinheiro. Dinheiro esse que se valoriza. Que cria mais e mais dinheiro. Conforme citou uma vez o autor David Harvey em uma de suas obras: " Sociedade que almeja, com intensa e incansável pressão, "fazer" mais dinheiro. E que, sob as condições da mundialização do capital, tende a se autonomizar, sob a forma de capital financeiro, cujo fluxo contínuo tende cada vez mais a desprezar as restrições de tempo e de espaço. (Harvey, 1991)." 

Marx, em sua obra clássica, representou o movimento do capital, de "valor que se auto-expande. O que Marx procurou demonstrar é que o capital é um modo de sociabilidade humana, que cria (e reproduz) a cisão entre os produtores e suas condições de trabalho. É uma relação social de produção, um "fetiche" social, criado pela ação humana, mas que uma vez criado, adquire uma forma objetiva e autônoma, regido por leis próprias (cuja personificação sob a mundialização do capital é representada em nossos dias, pelo capital financeiro).


Nesse caso, estamos tratando de um nível de apreensão mais geral (e mais elevado) da modernização capitalista que permite discernir apenas o movimento de um único "sujeito" - o capital em geral. A partir daí podemos compreender o cerne íntimo do processo sócio-histórico do capitalismo moderno, onde o movimento do capital, do "valor que se auto-expande", em seu processo contraditório, tende a incrementar um complexo de inovações sociais, políticas, tecnológicas e culturais.

Lendo esses três primeiros parágrafos, notamos algo interessante entre as opiniões desses autores. Os autores tratam, do histórico do processo de globalização, através da análise de que é o capital é um modo de sociabilidade humana, da nova organização da economia internacional. Em uma só frase, da vontade de se fazer mais dinheiro. Ou ainda, o período da mundialização do capital que caracterizada por um novo regime de acumulação predominantemente financeira (Chesnais, 1994).

Muitos autores consideram o surgimento da globalização nas inovações sociais, políticas, tecnológicas e culturais que atingem o capitalismo mundial a partir dos anos 70, as modificações radicais em processos de trabalho, hábitos de consumo, configurações geográficas e geopolíticas, poderes e práticas do Estado, etc. A verdade, é que existe uma polêmica sobre se presenciamos uma ruptura ou não, se estamos diante de transformações sólidas ou reparo temporário na configuração capitalista.

John Kenneth Galbraith, por exemplo, diz que é da própria natureza do capitalismo passar por altos e baixos. "O capitalismo alterna momentos de pessimismo e otimismo. É preciso aprender a lidar com isso. A instabilidade veio para ficar. Vejo isso como uma característica do sistema, contra a qual pouco podemos fazer ("Não há nada a fazer", Exame, 29.03.1995)". Nesse contexto, vemos que o interesse pela globalização está no interesse em adquirir capital, portanto, fazer dinheiro, e que quando se está no meio do sistema, há riscos que podemos correr.



ALVES, Giovanni. Trabalho e Mundialização do capital - A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização, Editora Praxis, 1999.

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